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quarta-feira, 28 de novembro de 2007
Futebol Jovem - O fim das equipas "B"
Hoje irei utilizar este meu espaço para falar sobre um assunto que me tem proporcionado algumas discussões com outras pessoas ligadas ao futebol. O fim das equipas “B”. Sei que este tema já não faz parte da actualidade mas vale a pena reflectir nele agora que irá começar a liga intercalar organizada pelas Associações de Futebol de Braga e Porto.

"As Equipas “B” não cumprem, neste momento, os objectivos para os quais foram criadas e principalmente são geradoras de desequilíbrios nas competições, não só em termos competitivos como no cômputo do número de Equipas “B” participantes em cada ano". (Federação Portuguesa de Futebol)

Que objectivos são estes de que fala a FPF e que não foram cumpridos?

Como não era possível a subida de escalão das Equipas B, a FPF só se pode estar a referir, com toda a certeza, à continuação da formação de jogadores vindos das camadas jovens dos clubes. Ora só para termos uma ideia 5 jogadores da última convocatória de Luís Filipe Scolari tiveram passagens pelas Equipas B, são eles: Manuel Fernandes, Ricardo Quaresma, Cristiano Ronaldo, Hélder Postiga e Hugo Almeida. Confesso que tenho dúvidas se Moutinho e o Miguel Veloso não terão passado pela mesma experiência. O Maniche também passou pela equipa “B” do SL Benfica mas por outras razões.

As equipas portuguesas há muito que são conhecidas pela sua qualidade em formar jovens futebolistas. Hoje em dia o Sporting é mesmo considerado, a par do Ajax, a melhor escola de formação. Portugal em termos de selecções jovens também sempre foi capaz de produzir equipas com qualidade para ombrear com outras potências futebolísticas, chegando mesmo a ser Bicampeão Mundial de sub-20. Aproveito para colocar uma questão. Quantos jovens campeões do Mundo em Riade 89 e Lisboa 91 não se perderam? Jogadores esses que, possivelmente não foram capazes de fazer a transição dos escalões de formação para as maiores exigências a nível sénior, por não haver uma equipa B para completarem a sua formação.

Estas equipas “B” permitiam aos clubes manter os seus jovens no clube, acompanhando-os de perto e integrando-os na equipa principal sempre que fosse oportuno e de formar gradual. É isso que se passa por exemplo em Inglaterra com as equipas de reservas onde jogam alguns jovens portugueses como Rui fonte (Arsenal) Evandro Brandão (Manchester United) Fábio Ferreira e Ricardo Fernandes (Chelsea).

Se a formação de jovens jogadores portugueses era e é o objectivo principal, as Equipas B também trouxeram para o país jogadores jovens de outras nacionalidades que serviram e servem os clubes nacionais como são os casos por exemplo de Paulo Assunção e Andersson (actualmente no Manchester United).

Quando as Equipas B foram criadas Portugal venceu 2 torneios de Toulon, com o fim dessas equipas tivemos participações nos Europeus de sub-21 que ficaram muito aquém das expectativas. Coincidências?

Resumindo, a formação de jogadores nas Equipas B não só beneficiava, através do contributo desportivo dos atletas e de lucros provenientes da venda dos seus passes, como beneficia toda a estrutura do futebol português. Com a liga intercalar os clubes de Braga e Porto conseguem colmatar um pouco esta situação mas sinceramente acho que é muito pouco principalmente se apenas duas Associações irão participar. Devia haver uma pressão por parte dos clubes para que a FPF repensasse esta decisão ou então que encontrasse uma solução diferente, porque não o modelo inglês de um campeonato de reservas? Fica a sugestão!

Até para a semana

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