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quarta-feira, 21 de novembro de 2007
Futebol Jovem - O processo de ensino
Hoje começo a minha colaboração com os “Mestres do Futebol”. Vou passar a falar, semanalmente, sobre futebol jovem em todas as suas vertentes, porque é essa a perspectiva que me fascina. Como ponto de partida quero mostrar a minha visão sobre o ensino do futebol nos nossos dias.

Ensinar futebol actualmente tornou-se mais complexo. A vida social dos jovens está cercada de aspectos que tornam difícil a prática desportiva. Os jovens agora passam o dia inteiro “fechados” seja na escola, seja em casa. A relação com a bola vivida pelas gerações passadas é sem dúvida nenhuma maior do que a actual, isso porque vivenciaram a “pedagogia da rua”. A aprendizagem do futebol era feita, fundamentalmente, através de pequenos jogos, por ensaio e erro, onde o jogador controlava a sua própria aprendizagem, o que originou o aparecimento de muitos jogadores dotados de uma técnica apurada para a modalidade.

Resgatar essa “pedagogia de rua” é o maior desafio de clubes que desejam formar jogadores completos. A todo o momento o jogador deve vivenciar situações reais de jogo para que então resolva os problemas de uma partida com êxito.

Muitos treinadores das camadas jovens não se preocupam com os jogos que visam melhorar a tomada de decisão dos jovens. Sendo assim, o método de ensino baseado nos aspectos técnicos (método analítico) é aquele que ainda impera na maioria dos clubes. Se observarmos os treinos na actualidade, eles não diferem muito daqueles que se faziam há dez ou vinte anos atrás, isto porque é mais fácil dar feedbacks num treino fragmentado mas que atinja os objectivos técnicos, do que estimular regras contextualizadas no jogo propriamente dito

Para os clubes não perderem valores como Cristiano Ronaldo, Kaká, Messi, entre outros, os centros de formação ou escolinhas devem procurar reproduzir em “laboratório” esse futebol que era jogado na rua e cruzá-lo, depois, com melhores condições para lapidar esse talento. Por isso frases como “ Joga a um - dois toques!” ou “não podes fintar tanto”, não fazem sentido no processo de formação que se quer, no início, puramente livre e experimental. O jovem deve começar a desenvolver a relação com a bola de forma natural. Só depois entra, anos mais tarde, a componente técnica, a noção do jogo no sentido colectivo mais lato do termo e as suas componentes tácticas.

Este texto mostra a minha visão do futebol jovem e representa, por isso, um ponto de partida para todas as minhas futuras crónicas, sejam elas acerca de métodos de treino, de jovens promessas, etc…

Até breve!

Um abraço
Ricardo Damas – http://futjovem.blogspot.com

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