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terça-feira, 22 de janeiro de 2008
Premier League, Round 23









Newcastle 0 Bolton 0

Começamos a nossa abordagem à jornada 23, com o inevitável Kevin “Tyneside Messiah” Keegan e o seu Newcastle United que enfrentou o Bolton Wanderers ex-equipa do treinador que deixou o comando técnico do Newcastle a semana passada.

O treinador do Newcastle aplicou o anterior 4-4-2 de Sam Allardyce, mas sem que fizesse posteriormente a alteração para o seu famoso 4-3-3 de teor mais defensivo, que será a táctica que deverá aplicar enquanto treinador dos Magpies.

As lesões, suspensões e as ausências sentidas de jogadores que partiram para a Taça das Nações Africanas forçou o Kevin Keegan a colocar um meio campo mais experimental para começar a sua intervenção como técnico.

A paixão e motivação sentida pelo público e pelo treinador não teve grande reflexo na alma da equipa que jogou à medida que o Bolton deixava jogar e de forma idêntica às ultimas partidas que não têm sido exactamente brilhantes. O Newcastle acabou por oferecer mais perigo nos lances respeitantes às bolas paradas, com Shola Ameobi a tomar partido nas mesmas, dada a ausência por castigo, do expulso na partida para a taça, Emre.

A teatralidade e exibição prometida na primeira conferência de imprensa oficial de Big Kev acabou por não ser notada, e tendo em conta que começou a tomar conta dos destinos dos Magpies há alguns dias. Porém a sensacional euforia dos adeptos passou a um semblante mais desiludido uma vez chegado o intervalo; acaba por ser normal devido à elevada fasquia que se coloca sobre um técnico que levou a equipa aos seus melhores êxitos nos últimos 30 anos, quer como jogador, quer como treinador. Os adeptos conferem-lhe confiança, mais do que a algum outro treinador em Tyneside, Dalglish, Gullitt, Souness, Robson, Roeder.

O Newcastle acabou por viver mais as hipotéticas decisões favoráveis do árbitro do que o jogo em si, dado que a dado momento, tal a inclinação do mesmo, pensaram poder conquistar uma grande penalidade através de Ameobi, porém o juiz não sancionou a potencial falta de Ricardo Gardner sobre o internacional inglês.

Reading 0 Manchester United 2 ( Rooney, Ronaldo )

Numa partida em que o Reading defendeu ao máximo o resultado que lhe poderia conceder um precioso ponto, acabaria por ceder perto do final, no último quarto de hora até que Rooney abriu caminho para a vitória dos visitantes e onde Ronaldo fechou a contagem para o Man Utd com o seu golo da conta pessoal.

O já, por si, frágil Reading, começou a partida com ainda mais debilidades devido a lesões e a consequente partida de jogadores para a Taça das Nações Africanas que tanto afectou inúmeras equipas da Premier League. Fizeram-se sentir as ausências dos indiscutíveis Sonko e Bikey, facto que fez Steve Coppell mexer em vários sectores da equipa para tentar articular uma táctica que pontuasse, ainda que à tangente, com o líder.

Apesar do homem do jogo ser atribuído a Wayne Rooney, Kalifa Cisse merece ser referenciado por ser o “outsider” do Reading, dado que jogou mais para a vitória da equipa da casa do que para defender o resultado de 0-0.

O Manchester United foi letal na sua aproximação à baliza do Reading e atacando de forma incessante e com o propósito de não perder a liderança, através de um passe de rotura de Tevez que lançou Rooney, fez com que aos 77 minutos, o internacional inglês colocasse a bola perante um desamparado Hahnemann e abrisse o activo, o que acabou por fragilizar ainda mais a por si abatida equipa do Reading.

Poucos minutos mais tarde, Ronaldo arranca com a bola e ignorando o facto de Rooney a solicitar, percorre e de forma egoísta, provavelmente aceita-se de maneira construtiva, dada a finalização, o português marca o 0-2, sentenciando a partida e levando os 3 pontos para casa.

O Manchester até acaba por dominar as últimas partidas, sendo que nem a influência das decisões da equipa de arbitragem, como sucedeu aos 20 minutos, quando Rooney pensava ter aberto o activo, que prontamente foi revogado por fora de jogo, parecem ter impacto na moral e querer dos jogadores do United.

Finalizamos em flashback, quando também podemos mencionar que logo no início da partida, também o Reading, dispôs da hipótese de adiantar-se no marcador, mas o golo construído numa jogada em que os intervenientes foram Leroy Lita e Nemanja Vidic, acabou por ser anulado por fora de jogo, igualmente.

O Manchester com esta vitória continua líder, seguido de perto pelo Arsenal que venceu o Fulham por 0-3.

Portsmouth 3 Derby County 1 ( Benjani 3 ; Nyatanga )

O Portsmouth de Harry Redknapp continua a apresentar um futebol digno de competições europeias, e apesar da 8ª posição, só dois pontos o separam de alcançar a quarta posição ocupada pelo Liverpool.

Hat-Trick foi o apelido de Benjani durante esta partida, dada a sua autoria de 3 golos em 16 minutos e como não poderia deixar de ser, foi considerado o homem do jogo.

O Derby ainda conseguiu começar bem a partida, sendo que até inaugurou o marcador logo aos 4 minutos por Nyatanga a passe de Kenny Miller após uma arrancada de Laurent Robert; porém num jogo em que era “bola cá, bola lá”, não seria de indignar que a equipa da casa viesse a conseguir a igualdade, facto que sucede aos 36 minutos, após jogada de grande entrosamento entre Pedro Mendes e David Nugent que colocaram a bola à mercê de Benjani para que o próprio fizesse o primeiro de 3 golos; e para adensar o interesse da partida, 4 minutos volvidos, o Portsmouth dá novo pontapé no marcador e consegue a reviravolta, com Benjani a facturar novamente.

No terceiro golo, novamente envolvimento de Pedro Mendes, que faculta após jogada de Benjani, a finalização ao mesmo, num golo de belo efeito, definitivamente, que lança o Portsmouth na corrida aos lugares de acesso às competições europeias.

Fulham 0 Arsenal 3 ( Adebayor 2, Rosicky )

Craven Cottage serviu de palco para mais um derby londrino, que opôs as equipas de Arsene Wenger, o Arsenal ao Fulham de Roy Hodgson.

Adebayor voltou a mostrar serviço, ao facturar mais dois golos. Rosicky fechou a contagem quase ao cair do pano.

O Fulham que baseava muito do seu jogo na velocidade de Dempsey e de Seol Ki-Hyeon, porém o último toque não era o melhor, ao invés do Arsenal que contava com Adebayor não tão rápido, mas em compensação o seu posicionamento e recepção eram meio golo que o próprio encarregava-se de juntar a restante metade com os seus remates certeiros.

O Fulham ainda esteve perto de reduzir, quando Dempsey cabeceou e introduziu a bola na baliza, porém em posição irregular, o que fez com que o resultado se mantivesse nos 0-2, só passível de alteração quando o checo Rosicky fechou a contagem num expressivo 0-3 com um Arsenal a dominar por completo a partida.

Enquanto que o Arsenal se encontra, apesar de igualdade pontual com o Manchester, em segundo lugar, já o Fulham é o 2º dos últimos e antevê-se a continuidade das dificuldades em subir da tabela e se afastar da despromoção.

Blackburn Rovers 1 Middlesbrough 1 ( Derbyshire ; Wheater )

Derbyshire ofereceu um ponto à equipa do recentemente falado Mark Hughes ( para Newcastle ), Blackburn Rovers que consegue assim manter a 8ª posição que partilha com o Portsmouth, com 37 pontos.

O Middlesbrough acabou por pagar caro a sua falta de eficácia quando no início da segunda parte, sem que a primeira tenha tido algo de interessante, Aliadiere e Tuncay desperdiçaram oportunidades que não se podem falhar nos dias que correm, sob pena de sofrerem as consequências, facto que foi corroborado por Derbyshire e seu Blackburn que assim conquistaram um valioso ponto na luta pelos lugares europeus.

Apesar de muito balançado, o Middlesbrough ocupa a 13ª posição seguido de perto por todas as equipas que estão coladas e abaixo da linha de despromoção.

Birmingham 0 Chelsea 1 ( Pizarro )

Pizarro sentindo o peso da sua inadaptação, críticas e das entradas de Anelka e potenciais aquisições de Ronaldinho, Eto’o, conferiu 3 preciosos pontos ao Chelsea que novamente venceu, mas sem grande glamour.

Numa partida em que o Chelsea acabou por ser dominado em largo tempo pela equipa da casa, foi através do substituto, o peruano Pizarro, que entrou pelo lesionado Wright-Phillips, conseguiu após canto de Belletti tranquilizar as hostes londrinas com o golo da vitória.

Avram Grant que revelou trazer um futebol atacante para os Blues, acabou por vencer num jogo à Mourinho, que novamente dependeu da estabilidade e exuberância de Petr Cech que manteve o Chelsea com a baliza intacta.

Uma exibição muito bem conseguida pela equipa de McLeish, que ocupa posição complicada na tabela, porém uma mão cheia de jogos a praticar futebol como sucedeu nesta partida, de certo que será o suficiente para permanecer na liga mais competitiva do mundo.

Tottenham Hotspur 2 Sunderland 0 ( Lennon, Keane )

Tottenham iniciou a partida a ganhar e finalizou a mesma ampliando a vantagem. 2 minutos, 1-0 por intermédio de Lennon; 90 minutos, o substituto e melhor marcador do Tottenham, Robbie Keane faz o 2-0 final.

Roy Keane com uma defesa que deixa muito a desejar, parece seguir o percurso de Derby County, de retorno à Championship. Uma equipa com a segunda pior defesa do campeonato, que não consegue apresentar grandes momentos de futebol, salvo oscilações contra equipas que não estejam nos seus dias. Berbatov, o homem do momento, foi um jogador livre durante o encontro, e se já sabíamos como era letal no Leverkusen, nos Spurs tem vindo a mostrar isso mesmo, mas não só como marcador de golos, mas também assistindo como sucedeu hoje, para o primeiro da equipa da casa, enviando a bola a Lennon que também estava completamente sozinho.

Erros crassos e recorrentes em campeonatos competitivos pagam-se caros, por norma, com a despromoção e parece o destino do Sunderland que prometia, após uma subida de divisão sob a era de Roy Keane, no primeiro ano como treinador, com grande classe.

Com este resultado, Sunderland, como referido, afunda-se mais na tabela, ainda que somente por diferença de golos, enquanto que o Tottenham ascende uma posição, para 11º.

Wigan Athletic 1 Everton 2 ( Jagielka ; Johnson, Lescott )

O Everton ascendeu à quarta e última posição de acesso à Liga dos Campeões com a vitória forasteira obtida sobre o Wigan que se encontra na quarta posição, porém a contar do fim da tabela classificativa.

Johnson conseguiu ser perspicaz suficiente para prever o erro de julgamento de Titus Bramble, após ter feito um atraso a Kirkland, que não só correu mal como acabou por ser embaraçoso para o guardião inglês, dada a bola ter passado entre as suas pernas.

O Everton, mostrando que o jogo se constrói de trás para a frente, conseguiu três minutos mais tarde através do seu defesa goleador, Lescott, ampliar a vantagem. Foi o sétimo golo da época para o central do Everton.

Wigan que tem conseguido fazer do seu banco de suplentes a sua arma principal, porém insuficiente, e em flashback à partida anterior que o substituto Sibierski marcou o tento da vitória ante o Derby, também nesta partida foi um através do primeiro toque de um substituto, Jason Koumas, que o Wigan voltou a marcar, devido ao pontapé livre apontado pelo mesmo, que fez com que embatesse em forma de ressalto no colega Jagielka e entrou na baliza do Everton; o que acabou por trazer alguma emoção ao resto da partida.

As recentes contratações Wilson Palácios e Luís António Valencia acabaram por trazer mais valias à equipa do Wigan, que dominou a partida por completo através das sucessivas investidas destes alas contratados neste período de transferência de Inverno.

A distância dos Latics para uma posição mais acima, a 13ª, depende somente da angariação de pontos, sendo que são 2 pontos, a margem que o separa de essa posição mais tranquila.

Manchester City 1 West Ham United 1 ( Vassell ; Carlton Cole )

O Manchester City, apesar de voltar a marcar passo no campeonato, conseguiu com este empate a uma bola diante dos londrinos do West Ham United, manter a sua invencibilidade a jogar em casa.

Dean Ashton que fez uma partida excepcional a jornada passada, ausente deste jogo, foi substituído pelo autor do golo do West Ham, Carlton Cole.

Darius Vassell, o internacional inglês conseguiu prendar o Manchester City com um empate e assegurar o seu 3 golo da conta pessoal nesta temporada.

O meio campo dos londrinos operado por Ljungberg, Mullins, Noble e Bowyer tem sido consistente esta temporada, razão pela qual ocupam uma tranquila 10ª posição, com mais cinco pontos que o Tottenham, e com um jogo em atraso que o pode aproximar do núcleo da classificação.

Ao invés, o Manchester City é Petrov-dependente e também assimila muito do seu jogo através do brilhantismo do esquerdino Elano que agora desempenha uma função mais livre dentro do campo. Porém, o brasileiro não tem estado no seu melhor nível tanto quanto abrilhantou e afiançou no início da época. E neste partida inclusive, o grande premiado devido à sua magnífica exibição, foi o guardião do City, Hart que substitui assim, o indiscutível Isaksson que tem-se encontrado abaixo da sua forma que lhe concedeu reconhecimento. São 9 os jogos consecutivos que Hart fez já esta temporada.

Liverpool 2 Aston Villa 2 ( Benayoun, Crouch ; Harewood, Aurelio p.b. )

Resultado que acaba por favorecer mais o Aston Villa a jogar como visitante do que um intermitente Liverpool a jogar em casa, e com a pressão do que acontece fora das quatro linhas, com os americanos que presidem ao Liverpool a mostrarem indecisão no que diz respeito a manter ou vender o clube, a reter Rafa Benitez ou a despedi-lo e outros processos adjacentes que forma esta conjuntura que, depois, reflecte-se no campo, na sua equipa principal de futebol.

Sendo assim, este empate perfaz a ascensão do Liverpool e Aston Villa para 5º e 6ºs classificados respectivamente, porém acaba por nem sequer consolar a equipa da casa, fulminante fora, infantil em casa e que com esta prática, encontra-se já fora dos lugares de acesso à Liga dos Campeões e a 14 pontos do líder Manchester United, ainda que tenham um jogo em atraso, com o West Ham.

Um jogo defensivo de parte a parte, viu um primeiro tempo tornar-se memorável, somente, com o golo de Yossi Benayoun, aos 19 minutos.

Uma primeira parte dominada pelo Liverpool, que viu acentuar-se esse mesmo domínio no início da segunda parte, porém negado pelo último homem, Wilfred Bouma, que poupou o Villa a 3 ou 4 golos, o que se viria a verificar como significativo como prelúdio para a reviravolta no marcador em Anfield Road.

Martin O’Neill a jogar inicialmente num 5-2-3 a defender, desmembrado num 4-3-3 a atacar, revolucionou o conceito táctico na sua equipa e avançou para um 4-4-2 a jogar pelas alas, e obteve mais consistência defensiva ao mesmo tempo que gerou espaços para o ataque.

O Aston Villa sendo a equipa, esta temporada, que logrou marcar mais golos através de recurso às bolas paradas, conseguiu um pontapé livre dentro do meio campo do Liverpool, e novamente, o Villa através de Young e das bolas paradas alcançou mais um tento após cabeceamento de Laursen e correcção de Harewood, 1-1. Foi o golo número 7000 do Villa na Premier League.

Porém, o Villa mostrou-se de novo, decisivo nas bolas paradas, dado que 90 segundos após o primeiro tento, depois de assistência de Carew a Mellberg viu a bola entrar nas redes do Liverpool com ressalto em Aurélio, batendo desta forma Jose Reina.

O jogo voltou a ganhar emoção no final, e algum alívio para as hostes da casa, quando o substituto Crouch, numa jogada confusa dentro da área do Aston Villa, conseguiu restabelecer o empate, que originou o 2-2 final.

Equipa da Semana

Joe Hart (Manchester City)

Glen Johnson (Portsmouth)

David Wheater (Middlesbrough)

Michael Dawson (Tottenham Hotspur)

Gael Clichy (Arsenal)

Alexander Hleb (Arsenal)

Niko Kranjcar (Portsmouth)

Claude Makelele (Chelsea)

Tomas Rosicky (Arsenal)

Benjani (Portsmouth)

Emmanuel Adebayor (Arsenal)

Melhores Marcadores

1 Cristiano Ronaldo 16 Manchester United

2 Emmanuel Adebayor 13 Arsenal

3 Fernando Torres 11 Liverpool

4 Carlos Tevez 10 Manchester United

4 Robbie Keane 10 Tottenham Hotspur

4 Nicolas Anelka 10 Chelsea

4 Roque Santa Cruz 10 Blackburn Rovers

8 Mwaruwari Benjani 9 Portsmouth

8 Aiyegbeni Yakubu 9 Everton

10 Dave Kitson 8 Reading

10 Dimitar Berbatov 8 Tottenham Hotspur

12 Gabriel Agbonlahor 7 Aston Villa

12 Marcus Bent 7 Wigan Athletic

12 Steven Gerrard 7 Liverpool

15 Clint Dempsey 6 Fulham

15 Tim Cahill 6 Everton

15 Martin Laursen 6 Aston Villa

15 Francesc Fabregas 6 Arsenal

15 John Carew 6 Aston Villa

Classificação

1 Man Utd 23 35 54

2 Arsenal 23 29 54

3 Chelsea 23 20 50

4 Everton 23 17 42

5 Liverpool 22 21 40

6 Aston Villa 23 12 40

7 Man City 23 6 40

8 Portsmouth 23 11 37

9 Blackburn 23 1 37

10 West Ham 22 7 33

11 Tottenham 23 4 27

12 Newcastle 23 -12 27

13 Middlesbrough23 -17 22

14 Reading 23 -19 22

15 Bolton 23 -10 21

16 Birmingham 23 -11 20

17 Wigan 23 -16 20

18 Sunderland 23 -20 20

19 Fulham 23 -19 15

20 Derby 23 -39 7

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