HOME  

AS VOLTAS DA BOLA  

PONTAPÉ NA ATMOSFERA  

PASSA A BOLA  

BOLA EM JOGO  

MERCADO DE TRANSFERÊNCIAS  

segunda-feira, 21 de abril de 2008
CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS: O futebol moderno como jogo mental
O futebol moderno é acima de tudo um jogo mental.
Esta concepção é uma base de toda a metodologia do futebol actual. A teoria da complexidade, conforme deveria ser aplicada, contrariamente aos princípios reducionistas, comporta o jogo como um todo, e a equipa como um grupo. O indivíduo deixa de ser uno, para passar a ser parte de um todo. Um todo que se quer concentrado e perfeitamente entrosado e mecanizado.

Assim se explica que os treinos de Mourinho, referência máxima do assunto hoje em dia, sejam treinos que contemplem sempre o todo e não a parte. Que contemplem a concentração e a metodologia da situação de jogo, da procura constante do desequilíbrio e da falha. Treinos físicos, por si só, não têm sentido. Apenas desgastam o jogador.

Por outro lado, para uma perfeita harmonia de um todo, de uma equipa, é necessária solidez mental. Cada jogador em cada momento do jogo tem de estar perfeitamente ciente de quem é e onde está para pensar o momento. Para jogar em antecipação e se integrar no esquema. As rotinas criam-se e evoluem. Um jogador que se desconcentre um momento que seja pode permitir uma perda de bola e um contra-ataque rápido e letal que deixe a equipa em contra pé.

O Porto de hoje em dia é uma equipa livre. Uma equipa rotinada. Uma equipa que se passeia como um longo bocejo no campeonato português. Quando chega à alta-roda Europeia, aos grandes momentos, porém, quando a pressão é demasiado elevada, os erros surgem. Assim se viu com o Liverpool e com o Shalke04.

Por cá, Sporting e Benfica são hoje equipas que não conseguem jogar como um todo. São apenas partes soltas e incapazes de lidar com a pressão. Se uma perde a outra vai atrás e não consegue aproveitar. Um círculo vicioso negativo.

A União de Leiria foi o melhor exemplo de falta de mentalidade. Enquanto esteve na luta falhou em quase todos os momentos cruciais. Sem jogar mau futebol, invariavelmente se desconcentrou nos momentos fatais contra adversários mais fracos. Quando se vê livre de pressão, e a atira para os adversários, são estes que a subestimam e tremem. E perdem. Veja-se o Sporting e o Braga.

O Boavista. Habituado a expectativas altas afundou-se completamente. E quando todos passaram a exigir o mínimo - a manutenção - Jaime conseguiu, com muito mérito, retirar toda a pressão e construir jogo passivo - a responsabilidade passou para os outros. Foi o que se viu: um Boavista falido, mas à perna dos lugares Europeus.

O futebol é um jogo mental. Quem tem confiança e concentração sempre em alta, triunfa invariavelmente. Quem sofre pressão, se vê responsabilizado sem saber actuar como um todo, cai miseravelmente. E saber lidar com a pressão constante em alta competição é para muito poucos.

Etiquetas: ,

Musicologo & Mestres do Futebol 2009. Proibida a reprodução.
# 04:20 | # este post | # Comentários de mestre (1)

Copyright Mestres do Futebol. Todos os Direitos reservados.
Optimizado para Mozilla Firefox 3.5.2