Esta semana aproveito para falar dos C’s que dominam o nosso futebol. A Competência e a Cunha.
Numa altura em que se fala em reestruturações em alguns clubes surgem nomes atrás de nomes, muitas das vezes dizem “pode estar a caminho pelas boas relações que tem com...”. Pois é, em Portugal a amizade é um factor de selecção, ou seja, muitas pessoas entram pelas cunhas. Depois corremos o risco de ter no clube pessoas que não mostram as mínimas competências para os cargos que ocupam.
Eu se tivesse o poder de seleccionar colaboradores, apenas olhava para um aspecto, competência. Não é suficiente, conseguir seleccionar os melhores jogadores, não se podem esquecer que é preciso ter também os melhores treinadores, os melhores médicos, fisiologistas, coordenadores, etc. Depois podemos correr o risco de se dispensar o melhor marcador do campeonato nacional porque tem apenas 1,73! Razão? Não encaixa no perfil de avançado do clube, querem avançados altos. Ora eu prefiro avançados que marquem golos.
Numa conversa com um amigo ligado ao futebol jovem, falávamos dos nossos sonhos, o meu de coordenar a formação de um clube, tendo sempre o treino presente, o do meu colega era formar um clube onde juntasse todos os jogadores dispensados dos clubes grandes. Eu aposto que se neste clube tivéssemos também as pessoas que mostram competências e não são seleccionadas para os grandes porque não têm cunhas, mais cedo ou mais tarde eram campeões.
Os amantes de futebol jovem, com certeza, conhecem o técnico Horst Wein. Este técnico, alemão, esteve em Espanha e juntou num clube atletas que não foram seleccionados nos treinos de captação do Barcelona, Real Madrid etc. Apenas precisou de 3 épocas para ser campeão...