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segunda-feira, 19 de maio de 2008
CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS: Superstições, azares ou a criação das bruxas para a fogueira
No futebol há uma tendência para a crucificação. Se algo pode correr mal e já sabemos à partida porque vai correr mal, então temos um culpado, é só enterrá-lo. E depois não há redenção possível, um homem, um profissional está condenado a penar para sempre pelos distritais, ou então, quem sabe, ter-se de dedicar a outra coisa qualquer, porque dado como incompetente.

Talvez tenham o direito de vir para cima de mim agora, mas a verdade é que não faço a mínima ideia onde anda a treinar o Luís Campos. Será que ainda treina? Depois do que aconteceu a este senhor, que invariavelmente apresentava resultados lastimosos e desceu duas equipas de divisão consecutivamente, qualquer hipótese no futebol português de primeira ficou queimada.

Terá sido pura incompetência ou mero azar? O que acontece a certas pessoas? O que aconteceu a José Couceiro, um rapaz que até era bom gestor no Alverca, que desde que decidiu ser treinador afundou-se em tudo quanto é lado e, mais, levou o Alverca com ele para a extinção? Maldição? Praga? Bruxas?

E o caso de hoje, na taça, foi mais um.
Após a bela temporada do Porto, quando este chegou a Gelsenkierchen para jogar contra o Shalke04, e o Mister Jesualdo resolveu inventar e pôr o João Paulo em campo, logo se percebeu que o caldo estava entornado. Não pelo João Paulo em si, que nada tinha contra ele, mas pela deturpação de todo um esquema que até estava a dar relativo sucesso até então. Foi a derrota miserável que se viu, frente a uma modesta equipa.

Pode ter sido todo um conjunto de factores. Mas o que me ficou na retina foi: João Paulo. A peça que não pertencia àquele esquema e que entrou ali. Eis um bode expiatório. Hoje na taça mal vi o onze inicial e vi ali o João Paulo, juro-vos. Só pensei: «Isto vai sair mal, vai dar para o torto, e já se está a ver porquê! Este tipo vai fazer asneira e da grande!».

Oxalá estivesse equivocado, mas parece que se pode correr mal corre mesmo. Não só o Porto apareceu descomprimido e patético como a nódoa caiu onde inevitavelmente tinha de cair: no João Paulo e no seu cartão vermelho directo. Eis um jogador marcado para todo o sempre e para a eternidade pela negativa. Uma crucificação das antigas. O homem até pode ter menos culpa do que parece, o homem até pode ser bom jogador, mas tenham lá paciência: jogo onde o tornarem a pôr em campo é jogo que todos vamos ficar «Ok, lá vai isto dar para o torto!». E agora?

Podeis não acreditar em bruxas, mas o futebol sabe criá-las e bem.

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