Carlos Queiroz está a fazer um trabalho, no mínimo, surpreendente. Pela positiva, é claro. Queiroz tinha a difícil tarefa de substituir Scolari e até agora, embora tenha disputado jogo algum, está muito bem no seu novo posto.

Vejamos. Aquando do seu anúncio para novo seleccionador nacional, Queiroz decidiu divulgá-lo no site da Federação, em detrimento da habitual conferência de imprensa. Isto dá a entender que o ex-treinador adjunto do Man Utd quer trabalhar sem qualquer tipo de protagonismo. Desviar-se dos holofotes, portanto.

Da mesma maneira que divulgou a sua chegada á Selecção, Queiroz fê-lo com a sua primeira convocatória. E fê-lo, novamente, bem. Mais uma vez, Carlos Queiroz quer abstrair-se, na totalidade, de todo o aparato da comunicação social, para se focar, apenas e só, no seu trabalho. É, por isso, um treinador com os seus valores já bem assentes na Selecção.

E a primeira convocatória foi mais um dado relevante para avaliar o recente, e na minha opinião, bom trabalho de Queiroz. É verdade que o novo seleccionador nacional, fosse quem fosse, iria afastar-se, por completo, dos jogadores e filosofia de jogo de Scolari. Pois é óbvio que o recente técnico do Chelsea tinha os seus eleitos desde sempre, apesar de muitos deles não estarem bem nos respectivos clubes, como Ricardo ou Hélder Postiga, só para citar alguns.


Na sua primeira convocatória, Queiroz deixou de fora alguns desses eleitos de Scolari. Para a baliza chamou o habitual Quim, e as surpresas Eduardo e Daniel Fernandes, deixando de fora Ricardo. Sem querer ser repetitivo, como maior parte da blogosfera nacional, a realidade é que Ricardo é mau e não tem qualidade para ocupar lugar de tanta importância na Selecção.
As surpresas são, para mim, boas. Eduardo fez uma excelente época transacta e tem-se mostrado bem na pré-temporada ao serviço do Braga. Quanto a Fernandes, parece-me um bom ‘’goalkeeper’’ e serve para a Selecção.

Na defesa, Queiroz preteriu aquele jogador que conseguiu a proeza de ir ao Euro 2008: Jorge Ribeiro. Ainda bem, é um jogador medíocre para tal patamar. Para o seu lugar chamou o jovem Antunes, agora no Lecce. De resto tudo igual.
Nos restantes sectores, meio-campo e ataque, surgiram duas agradáveis surpresas. O regressado Manuel Fernandes, um dos meus ídolos no sector do meio-campo, e estreante Danny, médio do Dínamo Moscovo. São dois enormes jogadores que poderão oferecer muito á equipa.

No ataque, Quaresma e Hélder Postiga saíram dos eleitos, por motivos óbvios. O primeiro porque mal tocou na bola nesta pré-época, e o segundo porque ainda não convenceu que pode ser uma opção válida para o ataque da Selecção, para isso terá de se mostrar ao serviço da sua nova equipa, o Sporting.

Convocou ainda Duda, ala esquerdo do Sevilha emprestado ao Málaga. Não me parece que tenha atributos suficientes para jogar por Portugal, mas nota-se que é solução a curto prazo, devido às ausências de Cristiano Ronaldo e Quaresma.
Por isto, e por o que espero no futuro, considero Carlos Queiroz uma óptima escolha para seleccionador nacional.

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