Ontem, os jogadores do Estrela da Amadora abordaram pela primeira vez a situação difícil que se vive na Reboleira, por causa dos salários em atraso. Hugo Carreira, o capitão de equipa, foi o porta-voz do plantel e assumiu que ainda não foi pago qualquer vencimento esta temporada, acrescentando que há mesmo profissionais que não recebem desde Abril. A fome paira na Reboleira...

Sem adiantar quaisquer medidas futuras, Carreira revelou que a situação não será comportável por muito mais tempo. "É com muito orgulho que defendemos este clube, mas o Estrela atravessa uma grave crise financeira e económica. Muitos jogadores mal têm dinheiro para comer. Começa a faltar dinheiro para pagar os infantários dos filhos e a gasolina", declarou o porta-voz dos tricolores, que prosseguiu com a realidade estrelista. "O clube tem penhoradas as receitas televisivas e patrocínios, que seriam destinados aos salários. O que fazer? Aguardamos a aprovação de um processo extra-judicial de conciliação, pois estão em causa 160 trabalhadores e respectivas famílias", adiantou, contextualizando assim uma crise resultante de dívidas acumuladas que rondam já os 7,5 milhões de euros.

O técnico da equipa Lito Vidigal também abordou a situação: "Estamos no limite. Se não nos ajudarem, dificilmente vamos continuar", frisou

Entretanto o Sindicato de Jogadores disponibilizou 100 mil euros para ajudar o plantel tricolor, de modo a atenuar a difícil situação que atravessa, preparando-se ainda para abrir uma conta bancária para receber donativos de todos os que quiserem auxiliar os jogadores. O presidente do Sindicato, Joaquim Evangelista, tem seguido a par e passo esta situação, e acusa a Direcção tricolor de ter apresentado uma "declaração falsa" aquando da inscrição na Liga, na qual não constavam dívidas aos jogadores.

Segundo outras fontes, jogadores do Setúbal, Boavista e Estoril também têm salários em atraso, mas o problema ainda não chegou à dimensão do Estrela.

Etiquetas: Estrela da Amadora, Joaquim Evangelista