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terça-feira, 8 de setembro de 2009
Reestruturação dos principais campeonatos europeus

Nos anos mais recentes temos vindo a assistir a uma alteração ao nível das principais ligas europeias. No princípio dos anos 2000, era inquestionável que quem dominava eram os campeonatos inglês, espanhol e italiano. O eterno top 3 vai, creio eu, mudar dentro de pouco tempo, com a Bundesliga à espreita.

Qualquer adepto de futebol percebe que por esta altura o desporto rei é um desporto de massas. E, por isso, quem tem mais dinheiro é quem tem mais sucesso. Vejamos um exemplo simples disso mesmo: o Chelsea. Bastou entrar um multimilionário no clube para este se tornar em um dos 4 maiores de Inglaterra. Fácil.

O mesmo acontece com as ligas. Quem tem mais receitas publicitárias consegue angariar mais dinheiro e consequentemente melhores treinadores e jogadores que por sua vez trazem mais adeptos ao estádio. Um ciclo vicioso que levou, a esta altura, a Premier League a tornar-se na melhor liga do mundo. Em Espanha acontece exactamente o mesmo, se bem que não há a mesma competitividade de Inglaterra e apenas duas equipas lutam pelo título. No entanto, e ainda mais esta época, essas duas equipas são, porventura, dois dos maiores candidatos à conquista da Champions. A qualidade dos intervenientes de Barcelona e Real Madrid colocam a Liga Espanhola no 2º posto das principais ligas europeias.

Pelo lado inverso surge a Liga Italiana. Para mim foi sempre uma das melhores da Europa mas actualmente tem vindo a perder terreno para a Liga Alemã (Bundesliga). O recente defeso mostra claramente as fragilidades do Calcio: saíram Kaká e Ibrahimovic, porventura os melhores jogadores da Liga Italiana nos últimos tempos. Isto mostra que o campeonato italiano já não consegue competir financeiramente com a Premier League e La Liga. Mas não é só por causa da economia que o Calcio tem-se convertido num campeonato menos competitivo e emocionante. A própria cultura de jogo italiana, que privilegia sistemas tácticos cerradíssimos, torna as partidas mais chatas e com isso levam menos adeptos aos estádios.


Por essa razão, a Liga Alemã tem emergido no sentido de se tornar na 3ª melhor liga europeia. Financeiramente, os alemães têm obtido excelentes receitas fruto das resultantes enchentes nos estádios. Com isso, chegam cada vez melhores jogadores à Bundesliga, como é o caso de Arjen Robben. Conseguem igualmente manter outros craques com grande mercado na Europa como o extremo francês Ribery ou o campeão pelo Wolfsburgo, Edin Dzeko.

Outro dos factores para a importância da Bundesliga é o vasto leque de candidatos ao título que esta dispõe. Exemplo: sabia que nos últimos 12 anos a Liga Alemã teve 6 (!) diferentes campeões (Kaiserslautern, Borussia Dortmund, Werder Bremen, Estugarda, Bayern Munique e Wolfsburgo)? Pois é, e com tamanha imprevisibilidade a emoção aumenta mais. É como se o meu Gil Vicente, se estivesse na Liga Sagres, pudesse ser campeão!

Dentro de pouco tempo, teremos, na minha opinião, o top 3 das Ligas Europeias formado pela Inglaterra, Espanha e Alemanha. Nós, portugueses, também podíamos ter uma liga assim, porque o futebol é o maior entretenimento aqui. Mas isso dava pano para mangas e escreverei mais tarde sobre esse tema.

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Pedro Magalhães & Mestres do Futebol 2009. Proibida a reprodução.
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