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segunda-feira, 24 de março de 2008
CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS: (re)Pensar a taça da Liga - méritos e deméritos de uma competição
A primeira experiência é sempre enriquecedora e ajuda a desenvolver melhor as ideias e o espírito de uma competição. Obriga-nos a reflectir sobre o que se pretende ser melhor para ela própria e aferir dos seus méritos e defeitos.

Esta primeira edição da taça da Liga trouxe consigo algumas reflexões e ilações a tirar. A primeira diz respeito ao modelo competitivo da mesma: aspectos positivos na supressão dos prolongamentos. Chatos, desnecessários e a permitirem uma melhor gestão do esforço. Noventa minutos, de facto, devem ser suficientes para resolver uma contenda.

As eliminatórias a duas mãos. Introduzidas aos melhores oito são um aspecto positivo a manter. Permite eliminar surpresas e evitar que acidentes de percurso aconteçam, isto é, que um clube chegue demasiado longe por ter tido uma noite de sorte, ou, ao invés, que um bom clube fique pelo caminho porque teve uma noite infeliz num terreno infeliz. Quando estão oito equipas em prova é bom poder-se mostrar o que se vale em ambos os lados. É, também, uma boa preparação face a provas a eliminar como a taça UEFA.

Ponto neutro: a forma de desempate na fase de grupos ser única e exclusivamente o número de golos marcados. É um apelo ao futebol ofensivo. Mas ficou por provar nesta edição se é uma medida eficaz. Ninguém se ralou muito com isso, não serviu para tirar a teima.

Pontos negativos: a fase de grupos a uma mão obriga a eliminatórias desiguais. As duas equipas que jogaram duas vezes em casa qualificaram-se. Isto, só por si, pode querer dizer algo. A manter-se o mesmo figurino seria de ponderar realizar o terceiro jogo em campo neutro. Simetria total: um jogo em casa, um fora, um neutro.

O figurino da prova em si. Apesar de tudo, a prova está mal construída. Quando acabou a fase de grupos percebeu-se claramente que o Setúbal era a melhor equipa em prova. Não tinha perdido nenhum jogo e já tinha ganho ao Sporting. O Sporting perdera com o Fátima e já tinha perdido com o Setúbal. Qual o sentido de ter de jogar de novo com o Setúbal e arriscar-se a ganhar, ganhando a competição? Seria uma injustiça tremenda. A prova deveria ter terminado após a fase de grupos consagrando-se o primeiro lugar do grupo como vencedor.

No entanto, este não seria o modelo ideal, querendo fazer uma verdadeira final, a manter-se na Páscoa. Assim, a única maneira de fazer isto sem injustiça, será a de que os finalistas venham em circunstâncias iguais: isto é, vencedores de um grupo.

Para colmatar esta lacuna existe a opção de, quando se chega a oito equipas, fazer dois grupos de quatro jogando todos contra todos a uma mão (casa, fora, neutro), e apurar os dois vencedores de cada grupo para a final.

A ser este o caso, impor logo nas dezasseis equipas a eliminatória a duas mãos.

Finalmente, o último ponto negativo é o prémio da competição. Quem ganha uma competição destas em que tem de ganhar no terreno alheio, tem de ganhar no seu, tem de ganhar em neutro, passa por fases a eliminar, passa por fases de grupos, poderemos dizer que sofreu uma preparação intensiva nacional de taça UEFA, visto o modelo ser muito semelhante. Aliás, uma preparação melhor que a própria taça de Portugal, com equipas de maior gabarito e sem isenções.

Assim, uma vaga na taça UEFA seria um prémio justo e merecido. Tal já é feito em Inglaterra e França.

As vantagens seriam várias: uma maior motivação de todas as equipas por esta competição, que abririam uma janela para a Europa, e talvez pensassem duas vezes antes de mandarem os juniores jogar.

Uma distribuição mais simétrica dos lugares disponíveis. Portugal vai ter seis vagas disponíveis nas competições europeias, de agora em diante, duas delas para liga dos Campeões e quatro para taça UEFA.

Ficaria uma distribuição de 2 vagas liga campeões + 2 vagas taça UEFA para o campeonato (4 lugares europeus para 16 equipas, proporção de um quarto, perfeitamente simétrica). 1 vaga pela Taça de Portugal, 1 vaga pela Taça da Liga. Motivação e interesse mais bem repartidos.

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