A Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) deu hoje ''plena e total execução'' aos acórdãos emanados do Conselho de Justiça (CJ) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e despromoveu o Boavista para a Liga de Honra.

A FPF declarou hoje o interesse público e fez oposição à providência cautelar apresentada pelo Boavista, despromovendo, desta forma, o clube para a Liga de Honra, medida seguida, assim, pela LPFP.

''Em execução da sanção disciplinar de descida de divisão que lhe foi aplicada, o Boavista é admitido a participar, na época desportiva 2008/09, na Liga'' de Honra, lê-se no comunicado da LPFP, realçando também a presença do clube na primeira eliminatória da Taça da Liga.
Desta forma, o Boavista tem jogo marcado para as 16:00 de sábado, no terreno do Sporting da Covilhã, na 1ª mão da 1ª fase da Taça da Liga.

A LPFP informa também que o ''Paços de Ferreira é admitido a participar'' na Liga principal e na segunda eliminatória da Taça da Liga.

A FPF informou também que notificou o ''advogado do Boavista e informou a Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) sobre a referida declaração de interesse público''.
A Liga de Clubes, após deliberação da Comissão Executiva, na sequência da declaração de interesse público apresentada pela FPF, não vê por isso, até porque estatutariamente está a isso obrigada, ''nenhum impedimento a que seja dada plena execução'' às decisões do CJ, que confirmam a sanção de descida de divisão dos boavisteiros.

A Federação Portuguesa de Futebol (FPF) decidiu segunda-feira, por unanimidade, adoptar o parecer solicitado a Freitas do Amaral, ainda a propósito da reunião do CJ de 04 de Julho, que decidiu a descida de divisão do Boavista para a Liga de Honra e a suspensão de dois anos a Pinto da Costa, presidente do FC Porto, no âmbito do processo Apito Final.

O Sporting venceu o primeiro dérbi da época (2-0) e o Troféu do Guadiana pela terceira vez ao explorar os erros do Benfica, apesar de ter sido dominado durante o primeiro tempo, mas com mérito de corrigir no segundo.

As duas equipas apresentaram-se no seu formato tradicional, não havendo lugar a experiências tácticas. Do lado leonino a novidade era o posicionamento de Caneira a trinco com Adrien no banco, no lado encarnado a colocação de Aimar ao lado de Urreta como segundo ponta de lança surpreendeu. O Benfica tomou conta do jogo durante todo o primeiro tempo. Com Carlos Martins de batuta, os encarnados mostravam-se capazes de ter a bola e a fazer circular com acerto, tanto no passe como na progressão, alternando os ataques entre a zona central e as laterais, onde Balboa esteve uns furos acima de Nuno Assis.

A velocidade do miolo encarnado dava que fazer ao Sporting que se apresentou demasiado expectante. Os leões nunca pegaram no jogo. Rochemback e Romagnoli raramente conseguiram gizar uma jogada seguida, vivendo muito dos lançamentos constantes para a velocidade de Yannick e de Derlei. Mas o perigo era inexistente.

O mesmo não se pode dizer do pólo oposto, onde a defesa denotou insegurança, com inúmeros passes errados, sobretudo entre Tonel e Abel. O resultado foi um jogo com um sentido, o da baliza leonina, com Tiago a ter de se aplicar. No entanto, o desacerto no capítulo do remate continua a ser notório, excepção feita a Aimar que, apesar de pouco interventivo, não engana. O figurino manteve-se no segundo tempo, mas os leões reposicionaram as pedras por forma a pressionar mais os condutores de bola encarnados, agora Ruben Amorim e Jorge Ribeiro. O resultado foram algumas perdas de bola e numa delas, Derlei foi à linha, cruzou e no segundo remate dos leões à baliza, Yannick colocou o Sporting em vantagem. A mesma foi aumentada por Derlei na sequência de novo erro de Edcarlos. Desastrado, no mínimo.

Até ao final, o Sporting ganhou tranquilidade pela vantagem e dominou um Benfica com muitas mudanças.


Notas Mestres do Futebol:

Melhor em campo: Yannick
Paulo Bento: nota 4+
Quiqué Flores: nota 4
Árbitro Nuno Almeida : nota 4

Iniciam-se os primeiros passos, fazem-se os primeiros ensaios. Os reforços entram a conta-gotas, começam os movimentos de palco depois de toda uma guerra de bastidores. É a pré-temporada, essa altura onde se define muito do que poderá ser toda uma época. É aqui que há lugar a experiências de todas e mais variadas maneiras com lugar para erros sem consequências. É aqui que há lugar para testarmos todas as causas possíveis.

E assim já é possível deixar algumas notas: O Porto já terminou o estágio. Em poucos dias realizou quatro jogos sem perder nenhum. Finalizou pouco, mostrou-se melhor na defesa e com transições interessantes. Esta equipa poderá evoluir ainda muito, mas fica um balanço positivo do que vimos, sem no entanto brilhar. Nota-se que ainda há lugar a alguma apreensão por parte da falta de Bosingwa e Paulo Assunção.

O Sporting mostrou-se destemido e com as contratações certas. Nomes que dão garantias e não um contentor de experiências. É uma equipa fresca e com alma. Mas ainda falta alguma cabeça e atitude. Contra o Sunderland até começou bem, mas depois perderam o rasto. De qualquer maneira nada que não pareça que se possa resolver. Antes agora que depois.

O Benfica parece um entreposto com jogadores a chegarem todos os dias e ainda a faltarem. A confusão parece já começar a reinar e o que mal começa tarde ou nunca se endireita. Um plantel demasiado extenso a gerar confusão, uma má entrada frente ao Estoril, ridículas declarações do seu presidente para a televisão. Enfim, nada de novo. Cá estaremos para ver se a prática oferece realmente algo de novo (isto é, alguma coisa de bom).

O Braga surpreendentemente, até para o seu treinador, entrou com pé, mão e cabeça direita. Dificilmente se poderia imaginar melhor entrada, com uma vitória folgada na Turquia, num jogo já a doer.

As próximas semanas ajudarão a cimentar ideias.

A credibilidade no mundo do futebol Português já não é o que era. Ou na realidade, é o que sempre foi, apenas mudando as balanças?

O problema da credibilidade de um sistema que se rege por cores é a impossibilidade de vedar as cores a essas mesmas partes. Isto é, no caso concreto do futebol Português, desde sempre três cores reinaram em profunda maioria: o vermelho, o verde e o azul. Qualquer paixão por outra cor será meramente residual e estatisticamente irrelevante.

O que isto nos traz é que qualquer interveniente no jogo estará condicionado e contaminado por uns óculos dessa mesma cor. Assim, quer seja árbitro, fiscal de linha, jogador, dirigente, empresário, membro de um conselho de justiça, estará sempre afectado por esses mesmos óculos em maior ou menor grau.

A questão que se impõe será sempre: o que fazer quando é necessária completa isenção, isto é, ser capaz de formular um juízo que possa ir contra uma determinada cor, com base apenas em factos e não em paixões?

Há duas possibilidades: ou cremos que a isenção é possível e que as pessoas são capazes de despir as suas cores e nesse caso confiamos no sistema, não o pomos em causa e ele funciona, ou então entramos num clima de suspeição tal que ele é permanentemente sabotado e inviável.

Escusado será dizer em qual dos extremos está o futebol Português. O sistema em que está alicerçado simplesmente não funciona, desde há muitos anos. Os azuis desconfiam e têm razões para isso dos vermelhos e verdes. Os verdes criticam os vermelhos e azuis. E os vermelhos disparam contra os azuis e verdes. Todos ralham e ninguém tem razão. O sistema está, à partida, ferido de morte. Quer seja para arbitrar um simples jogo, quer seja para decidir sobre uma pena a aplicar em justiça.

Solução? Não haverá muitas, mas compreendendo que é impossível haver isenção nas cores portuguesas só chamando partes desinteressadas totalmente. Como se resolveu o problema dos compadrios na Selecção Nacional? Chamando um treinador estrangeiro. E resultou. Por isso: árbitros e juízes estrangeiros seria um começo, resta saber se é viável e desejável.